Por David Menezes 27/02/2024 18h30
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 27, que a guerra que Israel realiza na Faixa de Gaza é contra mulheres e crianças, e afirmou que repetiria a declaração na qual comparou o confronto atual com o assassinato em massa de judeus promovido pelo então ditador alemão Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
A declaração original de Lula, durante viagem à Etiópia neste mês, quando afirmou que não havia na história episódio como o conflito atual em Gaza, exceto “quando o Hitler resolveu matar os judeus”, gerou uma crise diplomática entre Brasil e Israel.
Lula foi declarado “persona non grata” pelo chanceler israelense, Israel Katz, que exigiu um pedido de desculpas do brasileiro, e o embaixadores brasileiro em Tel Aviv sofreu uma reprimenda no Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O Brasil também convocou o embaixador israelense para cobrar explicações.
“Eu diria a mesma coisa. Porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra”, disse Lula nesta terça-feira durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, em trecho divulgado pelo portal de notícias UOL. A íntegra irá ao ar na noite desta terça-feira.
Lula afirmou que não usou a palavra Holocausto em sua declaração na Etiópia, e disse que não esperava que o governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Bejamin Netanyahu, a quem se referiu como “o cidadão”, compreendesse sua fala.
“Eu nem quis dizer a palavra Holocausto, Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha. A segunda coisa é o seguinte: morte é morte”, disse.
“Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender, eu não esperava, porque eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente”, acrescentou no trecho divulgado.